Diante de um volumoso e festivo grupo pró-vida, o papa Bento XVI saudou após o ângelus deste domingo (20) "os milhares de membros do Movimento Italiano pela Vida", reunidos na Sala Paulo VI.
“Queridos amigos, o seu movimento sempre se manteve comprometido em defender a vida humana de acordo com os ensinamentos da Igreja. É neste contexto que vocês anunciaram a sua nova iniciativa, chamada Um de nós, que apoia a dignidade e os direitos de cada ser humano desde a concepção. Eu os incentivo e peço que sejam sempre testemunhas e construtores de uma cultura da vida”, afirmou Bento XVI.
Em meio aos cantos dos "Notas Verdes" do Antoniano de Bolonha e das danças dos jovens da Comunidade Nomadelfia, estavam presentes cerca de 18.000 pessoas, 80% delas jovens com menos de 20 anos. Faziam parte do grupo o prefeito de Roma e os representantes do Fórum das Associações Familiares, da Ação Católica, do Movimento dos Focolares, da Renovação Carismática, do Centro Internacional da Comunhão e Libertação, da Associação Papa João XXIII, do Caminho Neocatecumenal e dos Franciscanos da Imaculada. Também estavam presentes a presidente do Fiuggy Family Festival, a escritora Constanza Miriano, políticos e o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família. Todos lotaram, com grande animação, a Sala Paulo VI, no Vaticano.
O presidente do Movimento pela Vida, Carlo Casini, explicou que a interrupção voluntária da gravidez "é uma grande tragédia" que deve ser respondida com “uma montanha de bem”. Casini observou que, só em 2011, 60% dos Centros de Apoio à Vida (CAV) salvaram do aborto 10.078 crianças, "que fizeram ouvir a sua voz, que tiveram um nome, que fizeram suas mães e seus familiares exultarem". São cerca de 140 mil as crianças que os CAV ajudaram a nascer. Meninos e meninas que nunca teriam vindo ao mundo, porque estavam destinados a ser abortados.
O presidente lembrou que, em 17 de maio de 1986, em outra manifestação do Movimento pela Vida (MPV), a Madre Teresa de Calcutá e Chiara Lubich assinaram um "Apelo à Europa", a fim de que, "em nome de um renovado humanismo, a criança fosse reconhecida desde a concepção".
Desde aquele ano, o MPV organiza um concurso escolar em que já participaram mais de um milhão de estudantes do ensino médio, com 7.000 vencedores.
Neste contexto, Casini anunciou a iniciativa Um de Nós, que visa conseguir ao menos um milhão de assinaturas em sete países da União Europeia para que a pessoa humana seja reconhecida como tal desde a concepção.
Representantes de 20 movimentos pró-vida de países da União Europeia apresentaram o pedido em abril. Em 10 de maio, a Comissão Europeia declarou oficialmente a admissibilidade da proposta, que tem até 10 de maio de 2013 para apresentar as assinaturas necessárias.
O presidente do MPV pediu a mobilização de todas as pessoas que defendem a vida, certo de que o coro se levantará em todos os vinte e sete países da UE. Casini precisou que "o ser humano concebido é a maravilha das maravilhas, o verdadeiro big bang da criação, o fim da evolução do universo, a esperança para o futuro, a palavra de amor infinito", e proclamou que o ser humano concebido é "um de nós" porque "cada um de nós já foi exatamente como ele".
Logo após o prefeito de Roma, todos os representantes dos movimentos anunciaram seu apoio ao LifeDay e à iniciativa Um de nós.
O evento terminou com o discurso do cardeal Ennio Antonelli, que ressaltou que "o compromisso do Movimento pela Vida é mais urgente do que nunca. Ele também encontra incentivo em diversos sinais positivos provenientes da política, tais como as iniciativas para a prevenção do aborto, que começam a ser tomadas pelas instituições, além do veto à patenteabilidade de embriões e derivados decidido pelo Tribunal Europeu de Justiça".
“Para os cristãos”, acrescentou o presidente do Conselho Pontifício para a Família, “o incentivo decisivo vem do Senhor Jesus, que, justo neste dia, com o mistério da sua ascensão ao céu, nos aponta a meta final e o valor absoluto da vida humana”.
“É Ele”, concluiu o cardeal Antonelli, “quem nos chama e nos envia para defender a vida humana quando ela é mais frágil. ‘Em verdade vos digo: tudo que fizerdes a um só dentre os menores destes meus irmãos, o fareis a mim’” (Mt 25,40).